Segundo centro produtor de vinhos superiores da Argentina, Cafayate é um destino turístico popular, mas conserva um jeito tranquilo de cidadezinha de interior. É facilmente acessível de Salta pela espetacular Quebrada de Cafayate.
Foi esse trajeto que fizemos. Nos inscrevemos em uma excursão a partir de Salta (já que estávamos estabelecidos lá). A empresa que nos vendeu os pacotes de viagens dos dois dias (Cafayate e Safari a las Nubes) foi a Tastil. Para esse passeio de 10 horas, a bordo de uma van, sem almoço, nem lanche, pagamos $ 250 por pessoa.
A van nos buscou no hotel as 8h da manhã. Ainda passamos de hotel em hotel buscando outras pessoas que iriam com a gente. Foram mais ou menos 15 pessoas nesse passeio. O guia passou a viagem toda explicando a formação geológica e mostrando os lugares que deveríamos olhar com maior atenção na estrada.
Ao sair de Salta, vimos picos nevados, branquinhos, ao longe. Era a primeira vez que víamos neve ali naquele lugar. Ficamos eufóricos.
Aos poucos a cidade foi ficando pequena, foram aparecendo vilarejos, plantações de tabaco e rebanhos de gado. No caminho a Cafayate, próximo a El Carril, vi uma das cenas mais lindas da viagem: um campo aberto bem verdinho, com gado pastando, uma árvore com uma copa enorme, montanhas ao fundo (como essas da foto anterior) e um gaucho, vestido tipicamente, montado em seu cavalo indo em direção ao gado. Cena de filme. Pena que até pegar a câmera e ligá-la, já tínhamos passado do local.
A estrada que leva a Cafayate é linda! Parecem cenas de filme mesmo. Sempre rodeados de montanhas.
Em boa parte da estrada, seguimos acompanhando os trilhos de trem. Cada pouco aparecia uma ponte. Esses rios são formados por águas que descem das montanhas e vem com tamanha intensidade que, inclusive, destroem o que encontram pelo caminho. As estradas são cheias de "gaviones", escoras feitas de pedra pra evitar que água invada a estrada.
Depois de um certo tempo de viagem a paisagem começa a mudar. Diminuem as montanhas verdes e aparecem montanhas terracota, vermelhas, laranjas. Pelo satélite dá pra ver bem essa mudança na geografia (primeira foto).
Tiramos inúmeras fotos no caminho porque não sabíamos tudo de lindo que nos aguardava mais à frente. Então chegamos na primeira parada: o início das Quebradas de las Conchas. Tem esse nome porque foram encontradas conchas marinhas nesse lugar.
Como estávamos de van, em um grupo de pessoas, ficamos ali um pouquinho e tivemos que partir para a próxima parada: Garganta del Diablo. Mas no caminho, montanhas lindas e coloridas. A Quebrada de las Conchas não termina nos mirantes que paramos. Pelo contrário, ela se estendo por todo o caminho até Cafayate. Pra qualquer lado que se olhe, há esses cânions. É lindo!
A Garganta del Diablo é um corte na parede da rocha, que nos permite entrar e examinar a pedra. Por foto não dá pra ter noção exata do tamanho e complexidade do local. Olhando pela foto, parece uma descida, um buraco... mas é uma subida muito íngreme, a qual, para subir, é necessário saber onde pisar e ir agarrando pedras e pessoas pra conseguir chegar lá em cima. Nesse caso o guia nos mostrou o caminho.
Entrada da Garganta del Diablo vista pela rua. Sempre tem carros por ali. É o ponto mais importante das Quebradas. |
Olhando bem, dá pra ver que as pessoas estão no alto do lugar. |
Descida. |
Mais uma paradinha, num local impressionante, onde é possível ver looooongeee.
Nossa van ao fundo nos esperando. |
Seguimos viagem, agora sem paradas, até Cafayate (são mais uns 15 Km). No caminho: montanhas esplendorosas e algumas formações rochosas com nomes na beira da estrada.
Morro das 3 Cruces: local onde antigamente os viajantes paravam para conseguir comida e água deixada por viajantes que passaram antes deles. Na volta, à tarde, paramos e subimos esse morro. |
El Sapo |
El Fraile (é mais fácil ver o frade de perfil, por outro ângulo, mas não conseguimos tirar uma foto descente de dentro da van) |
Em Cafayate, paramos na Vinícola Vasija Secreta. Uma vinícola pequena, ao pé da montanha. Liinda! Lá compramos vinhos produzidos com a uva torróntes, que produz um vinho branco seco aromático. No calorão que estava, degustar um vinho torrontés, geladinho, é pedir pra comprar!! Pagamos $ 35 a garrafa (em Salta, mais tarde, encontramos o mesmo vinho um pouquinho mais barato. Mas acho interessante comprar coisas no local onde são produzidos).
Degustação de vinhos |
Saindo da bodega, fomos para a cidade e paramos em uma lojinha de artesanatos. Várias coisinhas lindas nesse lugar! Nem tudo tão barato, mas tudo lindo. Além de artesanato, tem também vinhos e alguns tipos de comidas e temperos. Comprei um saquinho de uvas passas torrontés por $13. Uma delícia! Bem doces!
Saindo da Feria de Artesanías, fomos pra cidade de Cafayate. O ponto principal da cidade é a praça. Ao redor dela tem vários locais com vendas de artesanatos e restaurantes. Pertinho do centro tem outras vinícolas, mas como estávamos lá justamente no horário da siesta, todas estavam fechadas.
O artesanato que tem em Cafayate é praticamente o mesmo que tem no Mercado San Martín, em Salta, talvez um pouco mais caro. Compramos imãs de Cafayate, os quais não tem em Salta.
Praça de Cafayate. Vazia. Era hora da siesta. |
Tinha um senhor alimentando os pombos na praça. Lindo! Pena estar tããão quente e não podermos ficar muito tempo ali observando.
Para almoçar, optamos por comer pizza e fritas (super saudável hehehehe). O guia nos recomendou um restaurante que servia comida mesmo e parrilla. Não estávamos com tanta fome assim, por isso não acatamos a dica. Pagamos $ 115 por meia pizza (muuitoo recheada), uma porção de fritas e refrigerantes.
Saímos de Cafayate as 15h. Na volta ainda paramos em alguns mirantes. O tempo nublou e começou a chover. Depois das paradas, quando o guia disse que seguiríamos viagem até Salta, começou a bater um sono e praticamente todos da van dormiram. Chegamos no nosso hotel em Salta as 19 h.
Dica Importante: como estávamos a pé em Salta, nossa melhor opção foi conhecer as Quebradas com uma excursão. Nessa viagem percebi que o caminho até lá é muuuito simples. Segue praticamente em linha reta e tem placas por todos os lados. Então, se estiver de carro nessa região, esse passeio vale a pena fazer de carro. Daí você pode parar onde quiser e ficar o tempo que quiser em cada lugar. Eu gostaria muito de ter visitado outras vinícolas, mas não tivemos tempo pra isso. Em compensação, ficamos 2 horas no centrinho de Cafayate sem ter o que fazer.
Outra dica: leve água. Estivemos lá em janeiro e estava realmente muito calor. Ainda bem que tinha ar condicionado na van, mas caminhar nos mirantes dá sede.
Outras vinícolas para visitar: Bodega Nanni, Salvador Figueroa, Bodegas El Porvenir, Bodega El Esteco, Bodega Etchart, Bodega de las Nubes, entre outras.
Espero ter ajudado.
Em breve mais um post sobre nossa viagem: Safari a las Nubes.
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