terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um Band-Aid na alma [Lia Luft]

Hoje é o último dia do ano e não posso deixar passar em branco (literalmente).
Acabo de ler a coluna da Lia Luft na VEJA dessa semana, e compartilho com vocês, porque 'celebrar a vida é vital'.
FELIZ 2014!
E que venham muuitas viagens e muitas datas especiais pra comemorar!

         "Não gosto de escrever sobre datas marcadas, mas às vezes acontece. Em cada virada de ano somos sacudidos por sentimentos positivos e negativos quanto a essas festas que para muitos são tormento. Vale a história do copo meio cheio ou meio vazio. Para alguns é um tempo de melancolia: choramos os que morreram, os que nos traíram, os que foram embora, os desejos frustrados, os sonhos perdidos, a fortuna dissipada, o emprego ruim, o salário pior ainda, a família pouco amorosa, a situação do país, do mundo, de tudo. Muitos acorrem aos consultórios de psicólogos e psiquiatras: haja curativo para nossa mágoa e autovitimização.
       Se formos mais otimistas, encararemos o ano passado, a vida passada, o eu que já fomos como transições naturais. Não é preciso encarar a juventude, os primeiros sucessos, o começo de uma relação que já foi encantada, como perda irremediável: tudo continua com a gente. Em lugar de detestar estes dias, podemos inventar e até curtir qualquer celebração que reúna amigos ou família. Não é essencial ser religioso: se os sentimentos, a família, as amizades, a relação amorosa forem áridos, invocar Deus não vai adiantar. Mas celebrar é vital - e nada como algumas datas marcadas para lembrar que a vida não é apenas luta; é também a possível alegria. Não ser precisa ser com champanhe caro nem presentes que vão nos endividar pelo ano inteiro: basta algum gesto afetuoso verdadeiro, um calor humano que abrande aquelas feridas da alma que sempre temos.
       Quanto aos projetos, é melhor evitar aquela lista de impossíveis. Importa cuidar da relação, ser mais gentil com os pais e menos crítico com os filhos, falar mais com os amigos, sair da redoma da amargura e abrir-se para o outro. Ser fiel, ser sincero, ser bondoso: a primeira coisa num namorado ou namorada, eu dizia sempre a meus filhos e hoje digo aos meus netos, é que seja uma boa pessoa, leal, gentil. O grosseiro é inadmissível. O ignorante é uma tristeza. O falso, cínico ou infiel, é bom manter longe. Mas, ainda que sem brilho, um bom amor, um bom amigo, um bom pai e mãe, um bom filho, fazem a festa.
       O resto são castanhas e espumantes, ou - para quem não bebe - qualquer coisa que faça cócegas no coração. Que faça sorrir. Mesmo para os descrentes, nestes dias algo mágico circula por este mundo nem sempre bonito nem bom. Mas, se nosso projeto for o eterno perder 10 quilos, conseguir (isso não se consegue, acontece...) uma namorada gostosa ou um marido rico - ou, quem sabe, uma parceria carinhosa -ganhar na loteria, vingar-se dos desafetos e mostrar quem é o bom, é melhor esquecer: não valerão a pena a festa nem o ano novo, pois vai ser tudo mentira, oco e vazio.
       Também é aconselhável deixar um segundo plano nestas a ideia de consertar o país: não vamos reinventar a democracia, a Justiça, a igualdade, a honradez e o bem estar geral. Não vamos evitar o desperdício de dinheiro nosso, o abandono dos flagelados, o horror das prisões, as falhas na Justiça, a violência, a insegurança, enfim, deixa pra lá. 
       Vale mandar um pensamento e, se for o caso, uma oração aos que vivem privações emocionais ou materiais, que trabalham além do humanamente suportável, que perderam o amor de sua vida ou um filho amado, que foram esquecidos e decepcionados, que nesta data não vão escutar nem uma voz cálida ao telefone. E, para as nossas dores pessoais inevitáveis, a gente inventa um metafórico curativo para que o coração se comova, o sorriso se abra, o abraço encerre aqueles a quem dedicamos - e nos dedicam - algum afeto verdadeiro. Repito que valem todos os projetos e afetos, banais ou ousados, mas possíveis. Podem ser pequenos, como um Band-Aid: apesar dos nossos defeitos, a boa vontade, a gentileza, a licença que daremos para  agradecer o dom da vida hão de nos iluminar melhor do que as antigas velas ou as modernas luzinhas. 
       Vamos nos permitir, sobretudo, a alegria perdida no cansaço de tanta correria: Ela ainda existe: sabendo procurar, a gente a encontra." 
                                                                                                     Lia Luft  (VEJA - 1º de janeiro de 2014)

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Frederico Westphalen - RS

Frederico Westphalen fica no interior do RS, quase na divisa com Santa Catarina.


Cidade pequena. Pacata. Nem por isso desprovida de atrativos.
Nessa época do ano ela ganha luzes e cores: é o Frederico em Luz.
É a segunda vez que vou pra lá e é a segunda vez que volto encantada.
São poucas as cidades que investem tanto em decoração natalina quanto Frederico.
A praça da cidade ganha vida: ursos, presépios, Papel Noel (que vive em uma casa liiindaa!) e muuita luz!












Eles ainda promovem shows e teatros gratuitos para a população e turistas.
Eu fui conferir o show do Grupo Tholl (de Pelotas - RS). Durante toda a semana do Natal e Ano Novo são promovidos eventos. Parabéns pra Secretaria de Cultura de FW! Investindo em cultura!



Dessa vez fomos jantar na Pizzaria Nella Pietra, a qual suuuper indico! 
Com certeza, uma das melhores pizzas que já comi! FANTÁSTICA!!
Além da pizza ser maravilhosa, a decoração do lugar também é linda.

E não é só durante a noite que Frederico encanta. O sol mostra detalhes que, por vezes, passam despercebidos a noite. 





atrás da Casa do Papai Noel, tem o varal do Papai Noel. Super curti!


Essa cidade está se tornando conhecida também na capital dos gaúchos. O programa Patrola (exibido as sábados pela manhã) fez uma matéria linda da cidade.


Experimente conhecer Frederico Westphalen! 
Com certeza você vai gostar!





sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Ituzaingó - Corrientes - Argentina

       Moro no interior do Rio Grande do Sul, longe do litoral e longe de praticamente tudo. Mas perto da minha cidade tem praia. Parece utopia, mas existe. E não é uma praia qualquer: tem areia branquinha, temperatura agradável, pôr do sol maravilhoso e sem aquela grudância da água do mar, pois é água doce. 



Estou me referindo a Ituzaingó, Corrientes, Argentina. Fica a 280 km de Santa Rosa e não perde em nada para as praias do litoral gaúcho. Está localizada a 90 km da conhecida Posadas e é banhada pelo rio Paraná, logo após a Represa de Yaciretá. Devido a curta distância, é possível passar o final de semana por lá. Passando a balsa de Porto Mauá, são 240 Km. 

      Ituzaingó é uma cidade bem pequena, com aproximadamente 24 000 habitantes. O comércio não é muito desenvolvido, mas consegue atender muito bem a população e os turistas.  
         A grande maioria dos brasileiros conhece Ituzaingó pelo turismo de pesca. 


Já havia ouvido falar dessa cidade, sempre algo relacionado a pescaria, já que o 'Paranazão' passa por ali. A cidade é cheia de lojinhas com artigos de pescaria e com aluguéis de lanchas, barcos, equipamentos de pesca e guias. Quem gosta desse esporte, esse é o paraíso. Porém, ao conhecer mais de perto, descobri que ela tem muito mais a oferecer, até pra quem não pesca. É uma cidadezinha pra quem gosta de tranquilidade e descanso, embora tenha atividades noturnas bem desenvolvidas.
         Por receber pescadores durante o ano inteiro, a cidade possui várias pousadas, algumas a beira do rio, outras mais afastadas. Aquelas na beira do rio, tem a sua praia particular. Pra quem quer ir com a família e passar a temporada lá, tem empresas que  oferecem aluguel de cabanas completas.  Pra quem fica em hotéis e pousadas do centro, o município tem as praias coletivas, pertinho da zona central (Playa Soró).  Essa praia é lotada no verão, pois os moradores vão pra lá de tardinha. Tem bares, lancherias e música por toda a sua extensão. Pra quem quer tranquilidade, sugiro acampar. Foi o que meu marido e eu fizemos. Levamos nossas barracas, fogareiro e todos os apetrechos e nos instalamos no Camping El Mirador. 

 



Fica a 5 Km do centro da cidade. Afastado e tranquilo. Tem espaço para em torno de 1000 barracas, iluminação, banheiros grandes, mercadinho, lancheria  e o melhor: praia particular. Quer dizer, particular é modo de dizer, pois só usa quem está acampado ali, por isso, tem menos gente que no centro.  Eu amei esse lugar! Tem gramado por todo lado, uma visão incrível do rio e dá pra ver o pôr do sol ESPETACULAR que esse lugar proporciona.  E ainda ser acordada de manhã com os passarinhos cantando bem cedinho (bem cedinho mesmo. No começo a gente até estranha, depois acostuma). Optei pelo camping e voltarei a acampar lá. Mas repito: é pra quem gosta da vida simples mesmo. Tem que levar tudo que o precisa: extensão de luz, lâmpadas, lanternas, muitas lonas, fogareiro, comida, água, etc. Mas a tranquilidade que se tem lá compensa todo o serviço.


Acampar no El Mirador torna a viagem bem econômica. Eles cobram tarifas diárias por pessoa, por carro e por barraca (algo em torno de 10 pesos pra cada). Se for calcular, sai bem mais em conta do que qualquer pousada e ainda ganha de brinde o canto dos passarinhos! Super recomendo!

Na cidade tem vários mercadinhos, com preços bem acessíveis, onde é possível fazer o rancho do dia. Tem vários restaurantes também. Dos mais simples aos mais sofisticados, que abrem à noite. Entre os simples, sugiro o YPF, que é uma loja de conveniência de um posto de gasolina, que oferece comida muito boa: pizza, hambúrgueres, batatas fritas, pastéis, "facturas", entre outros. 


É possível comer bem gastando pouco. De sobremesa, não dá pra voltar pra casa sem provar o sorvete do Grido. Se os sorvetes argentinos já tem fama de serem bons, os do Grido são fantásticos. Fica em  frente a praça principal, pertinho dos principais restaurantes da cidade. 


A praça principal tem uma visão privilegiada do rio e da praia. É um lugar tranquilo pra sentar, conversar e tomar um tererê. À noite ela lota: banquinhas com venda de artesanato, famílias, cachorros, crianças. É lindo de ver! Sem contar que é super segura. A cidade tem um porto, bem simples, onde é possível ver alguns navios antigos. Se você tiver sorte, verá os gigantescos cargueiros passando pelo rio. Eles levam cereais do norte para a região metropolitana de Buenos Aires.




Outro atrativo turístico de Ituzaingó é a Usina Hidrelétrica Binacional Yaciretá. É sem dúvida uma das maiores atrações turísticas oferecidas. Situado nas águas do Paraná, fazendo divisa com o Paraguai, começou a gerar eletricidade em setembro de 1994, com o lançamento de sua primeira turbina. Hoje conta com 20 turbinas que abastecem 40% da energia de toda a Argentina. É uma obra faraônica. O mais legal é que eles oferecem gratuitamente um passeio para conhecer o lugar. Existem horários predefinidos, mas é só se inscrever na sede da empresa, onde também existe um museu mostrando a construção dela e a biodiversidade que envolve toda a represa. Eles levam os turistas de van, um guia acompanha e explica como tudo funciona. É tudo em espanhol, mas bem fácil de entender. O passeio leva umas 3 horas. Imperdível!




O mais fantástico de Ituzaingó é o pôr-do-sol. Lindo! de verdade!
Sentar na areia no final de tarde, tomar tererê e olhar o sol se pôr: não tem preço.




Pra conhecer um pouquinho mais dessa cidade pequena, mas deliciosa, assista nosso vídeo, produzido nas últimas férias.



E aproveite o verão pra viajar e conhecer esse lugar pessoalmente! Garanto que vale a pena!

Cabanas Araguá Cuá: http://www.aguara-cua.com.ar/
Cabanas Che Recove Poty: http://www.cherecovepoty.com.ar/